Era uma vez um homem
chamado... Que importância tem o nome desse homem?!... Homens e mulheres têm
nomes. Se ele fosse mulher, em vez de homem, também não faria diferença alguma.
Ele tinha um sonho...
Eu sei o que você deve estar pensando: “Que importância teria o sonho desse
homem?!...”. E eu respondo: “Para nós, nenhuma!... Mas, para esse homem, o
sonho, que despertou timidamente em seu coração, tornou-se a razão de sua
existência. Ele só não perdeu o contato com a realidade porque precisava
trabalhar para garantir a sua sobrevivência.
Um reino mágico povoava
a sua mente, e ele tinha a necessidade de mostrá-lo às outras pessoas. Ele não
era artesão. Suas mãos eram desajeitadas, e ele jamais conseguiria imprimir em
suas miniaturas a delicadeza e a riqueza de detalhes que os seres imaginários
possuíam. E esses seres não sabiam esperar... Eles estavam sempre em
movimento...
Quando o homem
acreditava que já tivesse conhecido todos eles, surpreendia-se e sorria com o
aparecimento de novos habitantes!... Não havia tempo para aprender o ofício de
artesão, porque ele se distanciaria daquele mundo de sonhos, na vã tentativa,
de representá-lo.
A única saída seria
encontrar alguém que fosse artesão e que se dispusesse a ouvi-lo. Mas quem
trabalha diligentemente também procura reservar um tempo para poder acalentar
os seus próprios sonhos... E ninguém parecia disposto a ajudá-lo.
Ele chorou porque não
conseguiu segurar as lágrimas... Ele se sentia só naquele túnel frio e escuro...
Mas, de repente, um daqueles seres mágicos apareceu e o conduziu através de uma
passagem que ele desconhecia.
O homem perguntou:
“Aonde você está me levando?!...”. E o ser encantado respondeu: “A um lugar
onde você poderá viver em paz, porque não sentirá a necessidade de
representá-lo.”. Confuso, o homem perguntou: “Que lugar é esse?...”. Esboçando
um sorriso cativante, a criatura mágica colocou o dedo indicador sobre os lábios, e o homem compreendeu que
chegara o momento de se calar e viver feliz em seu mundo de sonhos.