Era uma vez dois irmãos,
que se chamavam Felipe e Gustavo. Eles discordavam em tudo; mas, certo dia,
eles concordaram que deveriam cultivar rosas para vendê-las no mercado. Cada um comprou uma muda de roseira e
plantou-a em seu jardim. Felipe disse a Gustavo: “Deveríamos ter comprado mais
mudas...” Gustavo respondeu: “De jeito nenhum!... Nunca plantamos nada antes,
eu prefiro esperar a primeira roseira florescer.”
E Gustavo,
pacientemente, esperou, esperou, esperou... Ele colocava um banquinho próximo
ao canteiro, e anotava todas as modificações que observava em sua roseira.
Houve um dia em que ele se sentiu tão inspirado pelas rosas belas e perfumadas,
que povoavam a sua imaginação, que ele desenhou a sua roseira repleta de
flores.
Felipe, por sua vez, embora
amasse a primeira roseira que havia plantado, sabia que devotar toda a sua
atenção a ela, resultaria em ações repetitivas, desnecessárias e improdutivas.
Ele confiava na espera saudável, que é fruto da esperança. Ele se recusou a regar
sua roseira com a água tóxica da expectativa obsessiva e desmesurada. O que ele
fez?!... Comprou mais roseiras e distribuiu sua atenção no cultivo de todas elas.
As roseiras de Felipe floresceram
e, por incrível que pareça, a última que ele viu florir foi a primeira que ele plantou.
Gustavo não teve a mesma felicidade... Os seus cuidados obsessivos e demasiados
provocaram o apodrecimento e, consequentemente, a morte da roseira. Ele nunca mais
plantou nada, e decidiu dedicar-se à confecção de flores artificiais.
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