Contrariando as
expectativas de seus quatro irmãos, entretanto, o jovem rei sobreviveu, e o seu
reino prosperou graças à sua criatividade e ao seu espírito de liderança. Os
seus súditos passaram a amá-lo, porque, apesar das condições desfavoráveis, ele
sempre se mostrou justo e benevolente.
Dentre os homens que o
seguiram, havia um inventor, que lhe disse certa vez: “Vossa Majestade poderia
se beneficiar da minha engenhosa invenção: a máquina funciona perfeitamente e
poderia conduzi-lo ao futuro, onde todas as dificuldades que enfrentamos aqui
já foram superadas.” O jovem rei comentou: “Eu não tiro o mérito de sua
invenção... Mas ela tem capacidade apenas para cinco pessoas... Eu não posso
acompanhá-lo, levando apenas a minha esposa e os meus dois filhos. Eu lhe peço
que a destrua, porque, para nós, ela não tem utilidade.”
O inventor, que também
era um mago orgulhoso, ressentiu-se das palavras do rei e, bem diante de seus
olhos, desapareceu no ar, levando consigo a magnífica nave. Tremendo era o
poder daquele mago que saiu do fim do mundo e foi reaparecer no salão de
reuniões, onde os quatro reis costumavam debater assuntos de interesses comuns.
Após ouvir o mago atentamente, os quatro concordaram que o destino o havia
levado até eles, naquele exato momento, para favorecê-los.
Quando os conselheiros
reais se opuseram à partida dos reis, o mago disse: “Não deem ouvidos a
eles!... Essa viagem ao futuro os capacitará de saberes jamais sonhados nesta
época!... Entrem na nave e se tornem poderosos e invencíveis!...”
Os reis partiram na
companhia do mago. Se foram para o futuro ou não, jamais saberemos, porque eles
não retornaram. Os conselheiros dos quatro reis também partiram, mas não foram
em direção ao futuro... Eles seguiram viagem para o fim do mundo, porque
desejavam convidar o jovem rei e sua adorável rainha a governarem todo o
planeta.
A viagem foi longa, mas
os conselheiros reais se sentiram revigorados quando testemunharam o progresso
que a região havia alcançado. Em vez de se empenharem em convencer o rei a
partir, eles decidiram ficar. E enviaram emissários para convidarem os súditos
a se instalarem naquelas terras promissoras. Sim, aquela região que antes era
considerada “o fim do mundo”, graças à coragem e perseverança do nobre rei,
tornou-se “o centro do mundo”.