Houve uma época em que o minúsculo planeta Dourado estava
mergulhado em um clima de hostilidade e intolerância. Os escravos, nas minas de
ouro, eram muitos, e os que se beneficiavam de seu trabalho eram uma minoria
que imaginava que o planeta Dourado tivesse sido criado apenas para satisfazer
a sua vaidade e o seu orgulho de ostentar riquezas.
Certo dia, o planeta Dourado foi visitado por uma nave
espacial que tinha o formato de uma estrela. Os habitantes do planeta Dourado entreolharam-se
surpresos e ficaram ainda mais perplexos quando viram oito seres brilhantes
descerem do magnífico objeto. Um desses seres disse pausadamente: “Um planeta,
com tantas riquezas materiais quanto este, deveria ser habitado por seres que
tivessem valores igualmente nobres. Nós somos os guardiões da paz e estamos
aqui para transportarmos, para o nosso planeta, os que maculam este solo
sagrado.”
Um dos membros do grupo que entrava nas minas apenas para
supervisionar o trabalho comentou durante uma reunião de emergência: “Chegou o
momento de mudarmos de atitude, pelo menos até esses abelhudos deixarem o
planeta.” Ele se surpreendeu quando ouviu um de seus amigos dizer: “Só teremos
a perder se continuarmos aqui. Devemos deixar que eles saibam a verdade para
que se escandalizem com a nossa conduta e queiram nos transmitir bons
princípios. Esses otários presunçosos acabarão nos servindo do mesmo modo que
os habitantes deste planeta.”
Cerca de duas horas depois, um representante do grupo
encontrava-se com os tripulantes da nave. Eles se entreolharam pesarosos quando
o ouviram dizer: “Os meus amigos e eu viemos de outro planeta e fomos recebidos
com muito ouro e festividades. Com o tempo, abolimos a diversão, mas a
exploração das minas precisava continuar. Éramos e talvez ainda sejamos
considerados deuses por esse bando de simplórios.”
Naquele mesmo dia, os guardiões da paz partiram em sua nave
levando aquele grupo de seres oportunistas. Nós jamais saberemos o que
aconteceu a eles. Entretanto, podemos afirmar que os habitantes do planeta
Dourado reencontraram a paz.
Texto: Caetano
Augusto, Felizardo e Sisi
Marques
(Obs.: Caetano Augusto e Felizardo são personagens de Sisi
Marques.)
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