quarta-feira, 13 de maio de 2015

O MUNDO SEM CORES DO REI GORDINHO

O rei Gordinho comia demais. E, para que sobrasse mais comida para ele, os moradores e os trabalhadores do castelo comiam bem pouquinho. E o rei Gordinho continuava engordando, engordando, engordando...

Em uma manhã fria e chuvosa, um homem muito velho e magrinho bateu à porta do castelo, pedindo abrigo e um prato de comida. O rei disse: “Dormir no castelo, você pode. Mas, comer aqui, não!... Não podemos ter mais uma boca para sustentar!...”

A manhã tornou-se noite no momento em que o ancião ergueu os braços e exclamou: “Rei Gordinho, rei Gordinho!... É a sua boca que come a comida, do reino, todinha!... A sua boca irá se fechar... E, para se alimentar, as cores dos alimentos, com as extremidades dos dedos, você irá retirar!...”

As cores dos alimentos não bastavam para saciar a fome do rei Gordinho!... Ele adorava comer macarronada, e seus olhos quase saltaram das órbitas quando se deliciaram com a coloração vermelha do molho!...

O rei Gordinho não era apenas guloso, ele era egoísta também. Ele não dava e não emprestava nada a ninguém. Para evitar pensar em seu apetite voraz, ele começou a prestar atenção na mobília, nas cortinas, e o desespero apoderou-se dele no momento em que ele percebeu que também se alimentava das cores desses objetos. Assustado, ele se olhou no espelho e viu a coloração de sua pele, de seus lábios, de seus olhos, de seus cabelos, de sua coroa e de suas roupas desaparecerem. Ele escondeu as mãos nos bolsos de seu manto, mas já era tarde, porque o mundo ao seu redor tornara-se fantasmagórico.

O rei gritou. Mas todos haviam partido... Não havia ninguém que pudesse socorrê-lo!... Ele tornou a gritar... Gritou desesperadamente!... E só parou de gritar quando ouviu o seu criado, compadecido, dizer: “Está tudo bem!... Vossa Majestade estava sonhando!... Há um homem lá fora!... Está frio e chove muito!... Ele pediu abrigo e um prato de comida!... O que eu digo a ele?!...

O rei Gordinho respondeu: “Mande-o entrar e sirva a ele o que tivermos de melhor!... Não economize!... Você está muito magro!... Sente-se à mesa você também e convide todos os moradores e trabalhadores do castelo para lhe fazerem companhia e servirem-se do que tiverem vontade. Hoje não irei comer. Passarei o dia todo agradecendo à Providência pelo muito que sempre recebi e, principalmente, pelo sonho que tive esta noite.



Texto: Erica Patricia Cardoso, Eugenia D’Amorim, Iris Oliveira, Juliana David, Lucia R. V. Haddad, Rosangela Vanzillotta, Sandra Regina & Sisi Marques

4 comentários:

  1. Sisi,
    Palmas e mais palmas pra vc!!!!
    O conto ficou maravilhoso!
    Tantas ideias e vc cria um conto! Estou encantada!
    Bjs e uma linda noite pra vc!

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  2. Lindo conto ,pois transmite o grande amor altruísta e solidário ao próximo .Parabéns !!!👏👏👏👏👏👏👏

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    1. Obrigada, Eugenia, pelo carinho, pelo apoio e por sua participação na criação dessa história!!!...
      Beijos

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  3. Obrigada, Lucia, pelo carinho e por você, mais uma vez, ter participado dessa doce ventura de tecer sonhos!!!...
    Boa noite, Amiga!!!
    Beijos

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