terça-feira, 11 de agosto de 2015

A CURIOSIDADE E A PRUDÊNCIA DE ALEXANDRE


Alexandre adorava caminhar na praia à noite. Depois, ele sentava e contemplava o mar. Várias vezes, ele adormeceu deitado na areia, sob a luz das estrelas. Em uma dessas ocasiões, ele despertou bruscamente porque se assustou com o barulho ensurdecedor que vinha do mar... As ondas estavam agitadas, e algo, que ele não conseguiu distinguir o que era, foi arremessado em sua direção... Ele se afastou para evitar ser atingido. A partir desse momento, o barulho cessou, e o mar voltou a se acalmar.

Curioso, Alexandre se aproximou do objeto: era um baú amarrado com correntes. Ele pensou que algo muito precioso ou perigoso deveria ter sido trancado dentro daquela caixa de madeira.

Ele levou o baú para a garagem de sua casa e, com o auxílio de um alicate e de uma serra elétrica, conseguiu livrá-lo das correntes. Quando ele abriu o baú, uma fumaça escura, com um cheiro horrível, foi liberada antes que ele conseguisse ver o que havia em seu interior: era uma ânfora e estava lacrada.

Após alguns minutos de hesitação, Alexandre retirou o lacre e teve que se afastar novamente porque havia mais fumaça com aquele odor insuportável no interior da ânfora.

Contrariado, Alexandre exclamou: “É só isso: fumaça?!...”. E o seu coração quase saiu pela boca, quando uma voz, que parecia vir de dentro da ânfora, perguntou: “E o que você esperava?... Responda!... O que você disser que esperava ver será o que você verá em seguida.”.

Alexandre, embora fosse curioso, era prudente. Ele pensou, pensou... E imaginou que, se dissesse “um gênio”, provavelmente a ânfora libertaria um gênio mau. Após refletir muito, ele respondeu: “Bondade.”.

No mesmo instante em que ele disse essa palavra, houve um estrondo, e o baú desapareceu, deixando, em seu lugar, uma corrente que possuía a metade de um coração como pingente.

Uma voz ecoou no teto da garagem: “Você foi sábio... Desejando a bondade, você evitou que a magia armazenada na ânfora fosse reativada. Essa magia pertencia a um gênio mau. Eu consegui aprisioná-la. A sua curiosidade a libertou parcialmente. Se você também tivesse dado ouvidos à ambição, a magia teria despertado o gênio de seu sono profundo. Você, no entanto, desejou que a bondade se manifestasse!... Quem é capaz de desejar algo tão sublime, não pode viver sem amor. Quando você encontrar uma jovem usando um pingente com a outra metade do coração, não tenha medo de se apaixonar, porque é ela a sua alma gêmea. Seja feliz, Alexandre!...”.






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