Alexandre adorava
caminhar na praia à noite. Depois, ele sentava e contemplava o mar. Várias
vezes, ele adormeceu deitado na areia, sob a luz das estrelas. Em uma dessas
ocasiões, ele despertou bruscamente porque se assustou com o barulho ensurdecedor
que vinha do mar... As ondas estavam agitadas, e algo, que ele não conseguiu
distinguir o que era, foi arremessado em sua direção... Ele se afastou para
evitar ser atingido. A partir desse momento, o barulho cessou, e o mar voltou a
se acalmar.
Curioso, Alexandre se
aproximou do objeto: era um baú amarrado com correntes. Ele pensou que algo
muito precioso ou perigoso deveria ter sido trancado dentro daquela caixa de
madeira.
Ele levou o baú para a garagem
de sua casa e, com o auxílio de um alicate e de uma serra elétrica, conseguiu
livrá-lo das correntes. Quando ele abriu o baú, uma fumaça escura, com um
cheiro horrível, foi liberada antes que ele conseguisse ver o que havia em seu
interior: era uma ânfora e estava lacrada.
Após alguns minutos de
hesitação, Alexandre retirou o lacre e teve que se afastar novamente porque
havia mais fumaça com aquele odor insuportável no interior da ânfora.
Contrariado, Alexandre
exclamou: “É só isso: fumaça?!...”. E o seu coração quase saiu pela boca,
quando uma voz, que parecia vir de dentro da ânfora, perguntou: “E o que você
esperava?... Responda!... O que você disser que esperava ver será o que você
verá em seguida.”.
Alexandre, embora fosse
curioso, era prudente. Ele pensou, pensou... E imaginou que, se dissesse “um
gênio”, provavelmente a ânfora libertaria um gênio mau. Após refletir muito,
ele respondeu: “Bondade.”.
No mesmo instante em
que ele disse essa palavra, houve um estrondo, e o baú desapareceu, deixando, em
seu lugar, uma corrente que possuía a metade de um coração como pingente.
Uma voz ecoou no teto
da garagem: “Você foi sábio... Desejando a bondade, você evitou que a magia
armazenada na ânfora fosse reativada. Essa magia pertencia a um gênio mau. Eu
consegui aprisioná-la. A sua curiosidade a libertou parcialmente. Se você também
tivesse dado ouvidos à ambição, a magia teria despertado o gênio de seu sono
profundo. Você, no entanto, desejou que a bondade se manifestasse!... Quem é
capaz de desejar algo tão sublime, não pode viver sem amor. Quando você
encontrar uma jovem usando um pingente com a outra metade do coração, não tenha
medo de se apaixonar, porque é ela a sua alma gêmea. Seja feliz, Alexandre!...”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário