segunda-feira, 3 de agosto de 2015

UM FINAL DE SEMANA INESQUECÍVEL


Aquele parecia um ótimo lugar para passar o final de semana!... Era um lugar paradisíaco: as casas ficavam ilhadas, e os barcos eram o único meio de transporte. Eu adoro pescar!... Imagine só como fiquei empolgado pensando naquele final de semana que passaria sozinho naquela casa enorme, rústica e aconchegante!...

O dia finalmente chegou, e lá estava eu fazendo planos e mais planos: o contato com a natureza estava garantido e era um convite ao relaxamento e ao descanso há tanto tempo adiados!... Tempo!... Eu cheguei a desejar que o tempo congelasse para que eu não precisasse nunca mais sair de lá e reassumir as obrigações.

Como estava perto do horário do almoço, resolvi preparar uma refeição antes de confiar o meu relaxamento à minha vara de pescar. Eu estava na cozinha quando  comecei a ouvir sons estranhos e risadas na pequena faixa de terra que circundava a casa. Larguei tudo e saí para verificar quem estava invadindo o meu santuário e quase desmaiei no momento em que vi três sereias ordenando aos golfinhos, peixes e cavalos-marinhos que permanecessem na água.

Eu nem tive tempo de me perguntar se aquilo era um sonho ou um pesadelo porque logo uma das sereias aproximou-se de mim e disse: “Ouça muito bem o que vou lhe dizer porque nós, sereias, não temos o hábito de repetir advertências: este lugar era nosso antes de vocês, humanos, chegarem construindo suas casas, poluindo nossas águas e matando nossos amiguinhos. E eu posso lhe garantir que este lugar continua sendo nosso. Se quer descansar, descanse, mas mantenha-se longe da água.”

O olhar da sereia, apesar de belo, era ameaçador. Eu não me animei a emitir nenhum comentário... Voltei para dentro da casa, terminei de preparar a refeição e almocei, repassando na minha mente a cena que presenciara e as palavras que ouvira.

Eu passei o final de semana inteirinho longe da água. Não fiz nada do que planejara, exceto descansar. Dormi profundamente e, em sonho, era convidado a participar da festa e da alegria daqueles seres marinhos.

Eu só subi no barco quando chegou o momento de partir... E ainda me lembro do olhar terno e agradecido da sereia quando acenou para mim à distância. As pessoas não acreditam quando conto esta história, mas deveriam acreditar e, principalmente, deveriam manter distância daquele lugar. Eu fico imaginando o que teria acontecido se eu tivesse ignorado a advertência da sereia.   


Sisi Marques & Colaboradores: Cida Barreto, Eugenia D'Amorim, Rosangela Vanzilotta, Sonia Maria Camargo e Gilberto Gimarães Marques.

Nenhum comentário:

Postar um comentário