sábado, 15 de fevereiro de 2014

A BRUXA SOMBRILDA E O SOL DO OTIMISMO

A BRUXA SOMBRILDA E O SOL DO OTIMISMO


E a bruxa Sombrilda voava, voava,
Incansavelmente, em sua vassoura,
Usando seu aspirador de sombras
De pensamentos pessimistas.

Onde o pessimismo se instala,
Ele deixa sombras enormes,
E Sombrilda as estava coletando
Para, depois, vaporizá-las no planeta
Que era aquecido pelo sol do otimismo.

Sombrilda tinha um sonho: ela desejava
Transformar o planeta do otimismo
No planeta das sombras do pessimismo.

Sombrilda sonhava com um planeta só seu,
Habitado por pessoas cansadas e desanimadas,
Que passariam a servi-la incondicionalmente.

Ela não perdeu tempo e começou a
Vaporizar as sombras com a mesma
Máquina que utilizara para coletá-las.

Em pouco tempo, as sombras cobriram o planeta,
E o dia escureceu, tornando-se uma noite sem estrelas.
Os habitantes procuravam, no céu, o sol do otimismo,
Mas só havia as sombras de pensamentos pessimistas.

Sombrilda, contemplando o manto negro
Que cobria o planeta, sorriu maldosamente,
E mergulhou nas sombras com sua vassoura,
Acreditando que o planeta já lhe pertencia.

Mas Sombrilda enganou-se terrivelmente,
Porque, embora as sombras do pessimismo
Tivessem conseguido encobrir temporariamente
A luz do sol do otimismo, elas não conseguiram
Abater o ânimo das pessoas, que continuavam
Radiantes e felizes, esperando que a luz
Voltasse a brilhar a qualquer momento.

E foi exatamente o que aconteceu.
Quando o sol do otimismo conseguiu romper
O véu de sombras que cobria o planeta,
Os olhos de Sombrilda, que contemplavam a escuridão,
Foram atingidos pela luz e brilharam como estrelas.

Ela fechou os olhos, e piscou várias vezes,
Acreditando que poderia se desvencilhar da luz.
Mas a luz já fazia parte do seu novo modo
De ver a vida, e ela nunca mais foi a mesma.
O brilho em seus olhos aqueceu o seu coração,
E ela acabou preferindo a luz à escuridão.

Sisi Marques


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