segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

AS MÁSCARAS DE GERÂNIO

    
DESENHO DE KETLYN MAYLA

AS MÁSCARAS DE GERÂNIO

Gerânio era um homem bem dissimulado.
Quem o conhecia, em sua palavra, não acreditava.
Mas quem ainda não havia provado do veneno
De seus disfarces; de sua falsidade, não escapava.

Gerânio nascera para ser ator,
Mas o seu palco era a vida.
Ele tanto mentia que depois
Não se lembrava mais
Do que dissera.

Mas isso não o embaraçava,
Porque ele tornava a mentir.
Mas, certo dia, Gerânio
Mentiu para uma bruxa,
E ela o enfeitiçou.

Toda vez que ele mentia,
A expressão que ele fazia,
Em máscara se transformava,
E, no chão, ela caía.

Todo sem graça por ter sido
Apanhado em sua mentira,
A máscara, ele recolhia
E, de fininho, ele saía.

Mas Gerânio não tinha jeito
E, da situação, tirou proveito:
As máscaras para o carnaval,
Ele começou a vender.

Esta história parece mentira,
Mas a lojinha de Gerânio
Floresceu da noite para o dia.
Se você não acredita,
Eu posso levá-lo até lá.


Sisi Marques

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