A ESTRADA QUE NINGUÉM
MAIS PERCORREU
Naquela vila, havia
uma estrada
Pela qual ninguém desejava passar.
As crianças aprendiam na escola
Que quem por ela seguia
Não conseguia mais retornar.
Aquela estrada que
todos temiam
Sem saber o que nela havia,
Porque quem por ela seguia
Não voltava para contar o que vira,
Enchia a cabeça dos moradores da vila
De visões de monstros e assombrações.
Mas, certo dia, um
garoto órfão,
Que dizia chamar-se Valentino,
Destemidamente a percorreu;
E encontrou, em seu término,
Uma colossal pedra dourada,
Em cuja superfície reluzente,
Havia sido entalhada a figura
De um imponente leão.
A delicada mãozinha
acompanhou
O contorno do desenho até onde
A sua pequenina estatura permitiu.
E, de repente, a estrada desapareceu.
No lugar da estrada
abandonada,
Um reino mágico surgiu, e pessoas
Estranhamente vestidas surgiram
Para dar-lhe calorosas boas-vindas.
Valentino, que nunca
sorria,
Um enorme sorriso esboçou
E pediu permissão para retornar
E contar as maravilhas que vira.
A permissão foi
concedida,
Mas todos da vila pensaram
Que Valentino mentia, e ninguém
Acreditou que ele tivesse percorrido
A tão temida estrada proibida.
A nossa história
termina
Com o desaparecimento
Do garoto Valentino.
Nos livros de
História, os moradores da vila
Registraram o desaparecimento do menino.
E nunca mais se teve notícia de que alguém
Tivesse ousado percorrer a estrada proibida.
Sisi Marques
Nenhum comentário:
Postar um comentário