sábado, 21 de junho de 2014

O HORRIPILANTE MONSTRO DO PÂNTANO





Próximo a um castelo abandonado, havia um pântano. E, à noite, o monstro deixava o pântano para pernoitar no castelo. Pelo menos, era isso o que dizia Nestor para os moradores da vila.

Segundo Nestor, o horripilante monstro possuía uma família: ele tinha uma esposa e três filhos. Eles eram carnívoros, e a caça daquela região estava desaparecendo devido ao apetite voraz das horrendas criaturas. Nestor parecia mesmo disposto a reunir um grupo de homens, para dar cabo do monstro durante a noite. Eles invadiriam o castelo e atacariam o monstro que, por razões desconhecidas, costumava passar a noite, sozinho, no castelo.

Nestor teria conseguido levar adiante seu plano perverso, se um garotinho não tivesse descoberto toda a trama. Certo dia, Carlinhos desobedeceu aos seus pais e afastou-se de casa. Ele sempre teve curiosidade de saber como era o temível monstro do pântano, e resolveu caçá-lo sozinho. A noite chegou e Carlinhos, apavorado e cansado de procurar a estrada que o levaria de volta para casa, escondeu-se atrás de uma árvore, quando viu um vulto enorme levantar-se e desprender-se da lama.

O vulto seguiu em direção ao castelo, e Carlinhos revestiu-se de coragem e começou a segui-lo. A porta se abriu, e o gigante entrou e sentou-se em uma poltrona coberta de lama. Ao lado da poltrona, havia uma arca, e Carlinhos sentiu o corpo todo tremer quando ouviu o gigante perguntar: “Você quer este tesouro, jovenzinho?!... Se quiser, pode pegá-lo; agora ele é seu. Mas tome cuidado com Nestor... Foi ele quem começou toda a farsa... Há alguns anos, nós éramos amigos e encontramos esta arca no castelo. Como você mesmo teve a oportunidade de ver, ela contém um tesouro preciosíssimo. Éramos gananciosos e não desejávamos dividi-lo com ninguém. E foi aí que tudo começou: ele disse que, alto e forte como eu era, se me vissem coberto de lama, os moradores da vila pensariam que eu era um monstro. Eles se manteriam afastados, e o tesouro estaria seguro. No início, eu achei a brincadeira divertida, mas logo a graça terminou porque Nestor nunca mais voltou, e até hoje faz com que as pessoas acreditem que sou um monstro.”

Carlinhos aventurou-se a perguntar: “Onde está sua família?!...” O homem de aspecto cansado, ainda sentado na poltrona suja de lama, perguntou: “Você está vendo mais alguém comigo?!...”

Carlinhos passou a noite no castelo, na companhia de Laércio, seu novo amigo. Quando o dia clareou, Carlinhos foi até a vila e encontrou uma multidão que já estava preparada para sair em seu resgate. Todos ficaram muito felizes ao revê-lo e prestaram muita atenção em sua história. Nestor, temendo ser desmascarado, fugiu sem deixar rastros. E Laércio pôde, finalmente, voltar ao convívio humano e usufruir do magnífico tesouro. Ele reformou o castelo, e convidou a família de Carlinhos para morar em sua companhia.




Nenhum comentário:

Postar um comentário